Seu filho não para quieto, pula de um lado para o outro o tempo todo.
Ansioso, não consegue esperar pela sua vez ou se concentrar por muito tempo em qualquer atividade. E tem sempre algum adulto, um parente ou um amigo, olhando para você como se esse excesso de energia fosse culpa sua — o pai ou a mãe que não sabe como colocar limites numa criança.
«Que menino elétrico!» é a frase que você e seu filho mais escutam? A agitação é uma das características conhecidas do TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), mas a verdade é que a desinformação sobre o transtorno ainda alimenta muito preconceito na sociedade.
De acordo com as estatísticas da Organização Mundial de Saúde, mais de 4% da população adulta mundial sofre com o transtorno.
Só no Brasil, o TDAH atinge 2 milhões de pessoas adultas. E a maior parte delas simplesmente passou toda a infância e adolescência sem diagnóstico, vítimas da incompreensão dos colegas e até da família.
Hoje, a medicina sabe que a herança genética é um dos fatores associados ao TDAH.
Por isso não é raro que o diagnóstico de uma criança leve a família a descobrir outro portador do transtorno dentro de casa — ou o pai ou a mãe. Foi o que aconteceu com o escritor mineiro Eduardo Ferrari.
«Quando consultamos especialistas buscando um diagnóstico para meu filho caçula, ficou claro que eu tinha mais do que semelhanças físicas com ele», conta o autor.
«A infância do meu filho é, de muitas formas, a repetição das dificuldades que eu mesmo tive ao longo da vida sem ter um diagnóstico.»