Este livro procura investigar a cultura punk ao longo das décadas de 1980 e 1990 e sua apropriação pelo mercado de massa. Para tanto, discute o “niilismo punk juvenil”, considerado como estratégico para se compreender a cultura punk representada nos fanzines. Verifica como foram produzidos esses fanzines e suas formas de circulação no interior do movimento punk. Problematiza o posicionamento anarquista e as visões políticas, econômicas, sociais e religiosas dos editores. Prioriza-se a trajetória do grupo paulistano Cólera, por intermédio dos boletins organizados por seu fã-clube, permitindo recuperar a atuação da banda dentro e fora da cena underground, bem como os impasses e questionamentos ao grupo em razão de sua proximidade com a grande mídia. O movimento e sonoridade punk e suas tensões com a música popular brasileira e com o rock comercial são rastreados, visando reaver um espaço para o punk brasileiro dentro da historiografia da “MPB”.